sábado, 15 de dezembro de 2018

HISTÓRIAS DA SOFIA - O Rapaz Que Veio do Futuro


O Rapaz Que Veio Do Futuro

Era um dia de verão quando a Clara e a família estavam a ir para a praia.

- Meninas, não corram!! – dizia o pai preocupado
- Tem calma, Rui. - dizia a mãe - elas já cresceram bastante.
- Mas eu ainda continuo a ser o pai delas, Julia.

Em poucos minutos a Clara e as suas irmãs, Ema a mais velha e Ana a mais nova, chegaram à praia.

- Cheguei primeiro!! – disse a Clara
- Sou sempre a ultima - queixou-se a Ana - isto é super injusto! A Clara tem 11 anos, a Ema tem 14 anos e eu só tenho 10!!
- Calem-se e vistam os fatos de banho. - disse a Ema



.


Depois de vestirem todas os fatos de banho os pais chegaram.

- Vão à água enquanto eu arrumo as coisas. - disse o pai.
- Yay! – disseram, em coro.

Mal as miúdas mergulharam a mãe disse:

- Obrigada. – disse, enquanto estendia a toalha e punha os seus óculos de sol no rosto.

Passadas algumas horas, os pais começaram a arrumar as coisas para partirem. As 3 irmãs estavam a jogar à bola.

- AI!! - disse a Ana, que acabava de levar uma bolada na cara.

Quando estava prestes a ralhar com a irmã, a mãe gritou:

- Vamos embora!
- O pai ainda vai demorar a arrumar as coisas. - disse a Clara virando-se para continuar o jogo.
- Eu já as arrumei. - disse o pai, com um sorriso malandro no rosto.




As 2 irmãs foram ter com os pais, mas a Clara voltou-se para o pai com raiva no rosto. Sempre que iam à praia o pai demorava muito tempo a arrumar as coisas e hoje parecia que ele as tinha arrumado rapidamente só para a irritar.

A mãe entendia a situação da filha e disse na maior das calmas:

- Se quiseres podes ficar na praia.
- A SÉRIO!?!? – disse, surpreendida.
- Claro, tu já tens 11anos e a casa é bem perto. - disse a mãe.

A Clara olhou para o pai e este concordou, um pouco contrariado. Despediram-se e partiram.

Como Clara estava um pouco cansada decidiu ir sentar-se à beira-mar a observar a paisagem e as crianças a nadar, mas, no meio de isto tudo, Clara adormeceu.

Quando a Clara acordou não estava ninguém na praia e ela reparou que já era pôr-do-sol.

- Acho que adormeci… - pensou enquanto se levantava - é melhor voltar para casa antes que eles fiquem preocupados.

Quando se virou viu um rapaz florescente, mesmo à sua frente.

- É melhor não me levantar- pensou enquanto se punha de joelhos - ele ainda me faz mal.

O rapaz e a Clara mantiveram-se calados.

- Mas que seca! - pensou Clara - Será que arrisco e digo alguma coisa?

Ficou calada a pensar se haveria de dizer alguma coisa.

- Dizer ou não dizer, eis a questão - pensava.

Mas acabou por arriscar.

- Quem és tu? – disse por fim.

O rapaz não disse nada. Só sorriu e estendeu-lhe a mão.

- Que queres? - disse Clara.

O rapaz não disse nada e simplesmente continuou a sorrir e ficou com a mão estendida.

- Está bem, eu dou-te a mão.



Levantou-se, deu-lhe a mão, e foi ai que… PUF! Tudo ficou branco. Quando acordou, encontrou-se deitada numa cama, num quarto em ruinas. Saiu do quarto e reparou que estava numa mansão em ruinas, maltratada e desfeita.

Quando se aproximou do corrimão deu para ver o andar de baixo que estava pior que o andar de cima. Clara também conseguiu ver o seu amigo estendido no chão do andar de baixo tapado com um cobertor do seu sangue, e sem brilho.

Clara correu pelas escadas abaixo, tentando evitar os buracos e os cacos. Quando chegou ao andar de baixo correu para ajudar o amigo, mas foi difícil lá chegar pois um grande pedaço do andar de baixo estava infestado de sangue. Um grande esforço depois conseguiu aproximar-se do seu amigo; ajoelhou-se e tocou-lhe, mas este não se mexeu.

Uma mistura de tristeza e culpa caíram no rosto de Clara.

- Houve uma luta... - pensava - Deve estar mais alguém em casa.

Foi ai que se ouviu uma voz sinistra vinda de todos os quartos do andar de cima.

- Pensava que estavas morta. - disse a voz.
- Q-quem és t-tu? - disse a Clara, levantando-se.

Nesse momento um homem com uma longa capa preta e um capuz, que não deixava ver a cara, apareceu.

- O meu nome é Faca Assassina. Lamento, mas tu viste demais! Agora fica quietinha. - disse aproximando-se com um sorriso maléfico no rosto. Clara percebeu que ele a ia matar e por isso subiu a escada do lado oposto ao do homem, evitando, mais uma vez, os cacos e os buracos. 

Correu para o quarto mais próximo e trancou-se lá dentro. A cabeça de Clara estava numa montanha-russa de emoções.

- Porque estou aqui? Que sitio é este? Onde está a minha família? O que eu fiz de errado? -pensava.
- Só sei que não posso ficar aqui muito mais tempo – disse, para si mesma.

Olhou em volta e viu que estava numa espécie de armazém. Depois começou a procurar algo que poderia ser útil para a batalha. Alguns segundos depois descobriu um baú e abriu-o. Lá dentro continha todo o tipo de armas: arco e flecha, espadas, facas… Clara tirou algumas armas e enfiou-as numa mochila que estava empoleirada num cabide em cima do baú. Arrumou as armas lá dentro e saiu cuidadosamente.

Mal saiu do quarto, como era de esperar, o Faca Assassina já estava à espera dela.

Depois de uma grande luta, Clara conseguiu mata-lo com uma facada. Pegou no seu amigo à cabritinho e saíram da mansão, mas, quando a porta se abriu e a Clara olhou em volta, descobriu que estava completamente perdida.



Com muito esforço, carregou o seu amigo para cima de uma colina onde se encontrava um grande carvalho e sentou-se com o amigo ao colo para descansar.

Ficaram debaixo do carvalho por 2 dias e a Clara sempre tentando avistar a sua casa. Por sorte sua, no 3º dia, logo de manhã, conseguiu avistar a sua casa bem lá ao longe.

Pegou no amigo e foi o mais depressa que pôde. Quando já estava na sua rua começou a gritar:

-Mãe, Pai, estou em casa! Cheguei finalmente, estou aqui!!!!!! – gritava, com um sorriso de orelha a orelha.

A mãe olhou pela janela para ver o que se passava e quando viu a filha não conseguia acreditar no que os seus olhos viam. Abriu a porta e chamou os outros, que vieram a correr de braços abertos. Todos abraçaram Clara que se pôs a contar a sua história. No final pediu ao pai que levasse o rapaz, ao colo, para o quarto dos hóspedes.

Todos os dias Clara ia ao quarto ver se o rapaz teria acordado. Passadas 2 semanas, o rapaz acordou.
Clara correu, deu-lhe um abraço e este fez-lhe sinal para se sentar. Clara obedeceu e sentou-se na cama ao lado dele. O rapaz virou-se para ela e, para espanto de Clara, falou!

- Olá, o meu nome é Lucas - disse sorrindo para Clara - eu tenho a mesma idade que tu. Não sei se reparaste mas eu sou muito diferente. Tenho a pele floresceste e venho do futuro. Posso mostraste-o se quiseres. – disse, recuperando a cor.
-Claro que quero! – disse, muito feliz.
- Mãe, posso ir para o futuro com o meu amigo? - gritou Clara.
-Podes. - gritou-lhe a mãe.

Lucas agarrou na mão de Clara e ambos voaram para um universo paralelo. 

Pouco tempo depois ambos voltaram, mas Lucas vinha muito triste.

- O que aconteceu? - perguntou-lhe Clara
- Vou ter de me ir embora daqui a 2 dias. – disse, muito chocho.

Clara também ficou triste após a notícia, mas sabia que não podia fazer nada contra isso.

- Posso fazer-te 3 perguntas? - disse Clara.
- Podes.
- Porque tens de partir?
- Eu também tenho pais!! Não sou o Harry Potter!
- A segunda. Quem era o Faca Assassina? - Disse Clara com um ar de atenção.
- Bem…O Faca Assassina é o meu maior inimigo. Há anos que ele tenta apanhar-me para eu não te mostrar o futuro, porque eu sou o mensageiro do rei e certo dia estava a trazer um recado a um morador da terra mas distrai-me e fui para a casa da Faca Assassina. A partir desse dia anda a tentar apanhar-me. - disse Lucas.
- Última pergunta: porque vieste ter comigo? - Disse Clara, aproximando-se com ar de cusca.
- Tal como eu disse, eu sou o mensageiro do Rei e vim-te mostrar o Futuro porque vais ser rainha. Vai haver uma guerra e o nosso lado ganhará. Portanto vim-te mostrar o reino para saberes o que haverás de governar. - Disse Lucas, com ar importante.
- Obrigada. - disse Clara, sorrindo.

Os dias passaram e chegou o dia de Lucas partir. Despediu-se de todos e foi.

À noite Clara foi à janela do seu quarto ver as estrelas e pensar quando voltaria a ver o Lucas e Lucas fazia o mesmo; começaram à mesma hora e acabaram à mesma hora.


                                                          FIM 
Sofia, 11 anos.