No dia 5/10/1975 nasceu
um menino chamado André e ele era especial! Com apenas 3 meses disse a sua
primeira palavra: “estrela”, com 1 ano disse a sua primeira frase completa e
bem-dita: "O Natal está a chegar”, e, com 3 anos, lia textos tão bem lidos que
até parecia que estava no 8º ano!
Mas devido a este
talento todo surgiram os inimigos, os invejosos, e os que só pensavam em si.
- Não vales nada! –
dizia um.
- Eu sou melhor! –
dizia outro.
- Não passas de um bebé
que se acha o melhor! – diziam todos.
Mas o André respondia
com lágrimas e recusava-se a dizer uma única palavra.
Um dia o André
fartou-se daquilo e respondeu a gritar:
- Um dia, quando
crescer, vou ser tão bom que será a vossa vez de chorar!!
- Ha, Ha! Queres uma aposta,
pequenino? – disse o “chefe” do grupo, o Ruben.
(O Ruben era o rapaz mais rebelde da escola. Tinha chumbado 5 vezes, maltratava toda a gente, menos o grupo, e tinha 3 namoradas: a Joana, a Ema e a Rebeca que eram todas traídas. A Joana com a Júlia, A Ema com a Carol, e a Rebeca com a Matilde, que, por sua vez, as traía também)
(O Ruben era o rapaz mais rebelde da escola. Tinha chumbado 5 vezes, maltratava toda a gente, menos o grupo, e tinha 3 namoradas: a Joana, a Ema e a Rebeca que eram todas traídas. A Joana com a Júlia, A Ema com a Carol, e a Rebeca com a Matilde, que, por sua vez, as traía também)
- Sim – disse o André
com um ar sério – se eu ganhar tu nunca mais me ofendes e finges que não me
conheces.
- E, se eu ganhar, tu
tens de ser o meu escravo durante 2 anos – disse o Ruben com um sorriso no
rosto, convencido de que ia ganhar a aposta.
Os dias foram passando
e, no Natal, André recebeu uma caixa com três palavras, dada pela avó Maria.
- Estas palavras,
André… - disse a avó – são palavras raríssimas, por isso não quero que as uses
mas sim que as guardes nesta caixa até ser mesmo necessário.
O André ficou
boquiaberto com a prenda e com as palavras: “amor, bondade, ajudar” e, passados
alguns minutos lá fechou e guardou a caixa, e a noite continuou. Passado pouco
tempo chegou a vez do avô Ricardo. Recebeu o seu primeiro estojo de construções
e três palavras: “construir, sonhar, acreditar”.
- Obrigado, avô – disse
o André com um sorriso no rosto.
No início o André não
sabia o que havia de fazer com aquilo, mas logo havia de pensar em qualquer
coisa.
Na manhã seguinte
realizou o pedido da avó e trancou as 3 palavras num cofre fechado à chave.
Passaram-se anos, e,
duas semanas depois do André fazer 10 anos, o avô morreu. O André ficou
destroçado e chorou durante 3 horas!
Depois de chorar
lembrou-se do presente que o avô lhe tinha dados há muitos anos atrás e começou
a trabalhar num projeto nunca antes visto.
Passaram-se dias,
semanas, e meses, até que o projeto finalmente ficou pronto. Como o trabalho
foi feito com ferramentas de brincar não ficou como planeado, mas foi
suficiente para ele.
O André ficou orgulhoso
do seu trabalho e então fez um desenho para o recordar.
Os anos foram passando
e o André não conseguia arranjar nenhum emprego. Foi então que se
lembrou da aposta que tinha feito em pequeno e ficou aflito.
O André começou a correr pela casa como se não houvesse amanhã e foi aí que (BUMMMMMMM) bateu contra a prateleira!
Quando abriu os olhos
reparou que estava caída no chão uma folha invulgar. Quando lhe pegou reparou
que era o desenho do projeto que tinha feito em criança:
André não pensou duas
vezes e correu para o computador para enviar um email a um arquiteto. Mas, uns
dias depois, o arquiteto respondeu-lhe que era impossível construir a fábrica
pedida.
O André, ao ler este
email, ficou muito triste, vazio, e com medo. Decidiu ir ao supermercado
comprar uma pizza para tentar encher o vazio dentro dele. Mas, a caminho do
supermercado, viu uma fábrica abandonada e saiu do carro como se tivesse visto
D. Sebastião a voltar no cavalo branco.
- Já sei!!! – gritou de
tanta felicidade.
Entrou no carro a
correr e deu meia volta para a loja de ferramentas. Quando regressou à fábrica
vinha todo equipado e pôs mãos à obra.
As horas passaram até
ficar noite e como ainda faltava um bocado para acabar decidiu dormir na Fábrica e continuar de manhã.
Mal acordou, o André continuou a trabalhar e, em menos de poucas horas, a fábrica já estava pronta. Mas faltava qualquer coisa…
Mal acordou, o André continuou a trabalhar e, em menos de poucas horas, a fábrica já estava pronta. Mas faltava qualquer coisa…
Faltava uma loja. E lá
se pôs a construir a loja.
A loja demorou mais
tempo a construir, mas passados alguns meses estava pronta.
Colocou as 3 palavras
que a avó Maria lhe tinha dado (amor, bondade, ajudar) no circuito principal
para a Fábrica só produzir palavras boas e iniciou a produção.
Passaram-se anos e a
loja era um sucesso.
- Quanto custa a
palavra “olá”? – dizia um cliente.
- 1, 35 euros! – dizia o
André – Leve 3 e leve a palavra “adeus” de graça.
- Quanto custa a
palavra “carro”?
- Essa é mais cara.
Essa custa 100,39 euros, e tem cuidado com ela porque pode atropelar pessoas! –
disse o André.
De repente entrou um rapazinho
pequenino que disse assim:
- Quanto custa a
palavra “amor”? – perguntou o rapaz – vou levar uma para a minha mamã, para ela
saber o quanto eu gosto dela.
- Nesse caso, rapazinho…
- respondeu o André com um sorriso no rosto – leva duas de graça, uma para a
tua mãe e outra para o teu pai.
- A sério?! Muito
obrigado, senhor André! – respondeu muito surpreendido o rapaz.
Tudo estava acorrer bem
até que um dia a loja foi assaltada e o resto da aldeia também!
Roubaram todas
as palavras!
A aldeia inteira ficou
muda porque não havia palavras. Passaram-se meses e nem o ladrão, nem as
palavras deram sinal.
Até que um dia o André
ouviu alguém gritar uma palavra… André seguiu o som e
foi dar mesmo à frente do ladrão.
O André desmascarou o
culpado e era… o Ruben!
- Mas porquê? –
conseguiu dizer o André
- Porque tu conseguiste
o melhor emprego da cidade e por isso pensei que se eu tivesse todas as
palavras do mundo poderia ser muito rico. Tiveste sorte, agora, porque quando
abri o saco as palavras “mas” e “porquê” soltaram-se e tu conseguiste dizê-las.
De repente Ruben
ajoelhou-se e começou a chorar.
O André era um bom
homem. Aproximou-se com um sorriso, colocou uma mão no ombro do pobre ladrão e,
com a outra, abriu o saco e todas as palavras voltaram para os seus donos.
André estendeu a mão e
disse:
- Toma esta palavra e
todas as tuas dificuldades desaparecerão.
Era a palavra “amor”. O
Ruben agarrou-a e logo que lhe tocou, num raio de luz, Ruben era um homem novo.
Já não era aquele
ladrão com o cabelo rapado e vingativo. Agora era um homem de negócios que
trabalhava na melhor empresa da cidade.
A partir desse dia, o
Ruben voltou à empresa e o André à loja e ambos viveram felizes para todo o
sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário