Como ele bem explicou, sou eu quem mantém a sanidade mental nesta
casa de loucos… às vezes.
Olá!
Muita gente espera pelo fim de semana chegar. Postam-se
fotos das terríveis segundas-feiras, carinhas tristes são partilhadas no início
de cada semana, apocalipse de maus sentimentos logo que o despertador toca. À sexta-feira
tudo muda!! A multidão planeia festas, são enviados convites para guest-list´s,
jantares de grupo estão ao rubro, fotos de esplanadas à beira mar… Todos
anseiam pelo fim de semana chegar. Todos, menos as famílias numerosas.
Não é fácil manter as
4 crianças entretidas em casa, num dia frio de inverno, durante tanto tempo
seguido. É a loucura ao seu mais alto nível!! Começamos logo pela manhã…
Ontem dormi eu até mais tarde, hoje dorme o pai.
Acordas com o choramingar dos dois mais novos. A outra
metade salta da cama como se de um dia de natal se tratasse. “É fim de
semana!!! – gritam elas.” Preparas 3
pratos de papa cerelac (sim eu tenho imensa preocupação em não abusar na
quantidade de açucares que lhes dou, mas depois de um sábado em que o pequeno almoço
durou mais tempo que o último filme do 007… já me estou a borrifar. Só quero
que elas comam) e um biberão. O Simão come ao meu colo, as outras sentam-se à
mesa e comem sozinhas.
O Simão não vai a meio e já tenho a Alice a gritar “Mãeeee,
a Peta pôs a mão na papa!!!”. Olhas de esguelha, ainda com cara de sono, e vês
meia manga mergulhada na tigela da papa que lhe puseste em frente. Ponho o Simão
no ovo, pouso o biberão em cima da mesinha de centro e lá vou eu com 3 pacotes de toalhitas
resolver o assunto. Dois segundos depois de me levantar o nº4 começa aos gritos,
a chorar, com fome. Limpo aquilo tudo ao som dos gritos do Simão, e da Alice
que não se cala… “Mãeeee, o Simão está a chorar!!!”. Duas voltas na manga
molhada, uma montanha de toalhitas peganhentas e pronto, assunto arrumado.
Volto para tentar calar o puto. As lágrimas já lhe correm pela
cara. Biberão na boca.
2 minutos depois a nº3 termina e começa a chamar-me: “Mamã,
já tá!”. Peço à Sofia para ir buscá-la e tirá-la dali. Continuo a dar biberão.
A Petra vem ter comigo e quer à força toda dar o leitinho ao irmão. Acabo por ceder.
É leite por todo lado… a tetina anda a dançar pela cara do miúdo. É nariz, é
boca, é roupa, tudo salpicado. E ela continua… “Mamã, a Peta dá!!”
Acabado este filme e tenho dois putos para trocar de roupa (e
ainda só estou acordada há 20 minutos):
- “Sofia vai buscar
lá acima roupa para a mana e o mano.”
- “Ok mãe! Já vou…” e continua a olhar de esguelha para o
canal Panda que está ligado desde que uma das duas mais velhas põe o pé na sala,
logo pela manhã. E lá vai ela em câmara lenta sempre com o olhar posto na TV.
Chegam os babygrows 10 minutos depois (a cada 2 tive de a lembrar
do que lá foi fazer)… O do Simão já não lhe serve e o da Petra é de verão.
- “Sofia fica aqui com os manos que a mãe vai buscar a
roupa. Onde foste buscar isto?? Já nada serve …!!!”
Vou num pé e venho no outro. Tempo suficiente para a Sofia ficar
novamente hipnotizada pelos desenhos animados que continuam a passar na TV, para
a Alice mergulhar de cabeça para cima dos puff que estão prestes a rebentar e
da Petra enfiar mais uma vez o resto do leite do biberão pela narina esquerda
do miúdo.
Resolvido.
Vou tentar tomar o pequeno-almoço. Tentar é a palavra certa.
O Simão anda com crises de cólicas e chora como gente grande. Acalma-se ao colo
ou em embalo na cadeirinha. Portanto, ou como só com uma mão e sem gritos, ou
fico com os dois braços livres mas tenho um barulho de fundo ensurdecedor.
Escolho a primeira opção.
Toca o telemóvel.
Um braço para o Simão, uma mão para a caneca de leite e um
ombro para o telemóvel.
Ninguém merece…
Sem comentários:
Enviar um comentário