0 aos 22 anos
Até esta idade eu simplesmente comia o que queria. Era super
activa. Sempre fui aquele tipo de miúda que ADORA as aulas de educação física,
que pedia bolas de futebol como prenda de natal e que escolhia os ténis em vez
das sandálias. Lembro-me perfeitamente de ir ao bar da escola sem qualquer tipo
de restrição… aquilo que gostava era aquilo que comia. Os meus lanches eram arrufadas
com queijo e ucal de chocolate às paletes!!! Às refeições eu era aquela aluna
que pedia o extra molho em cima do arroz; o pão não faltava para molhar na sopa,
e tinha sempre um arroz doce ou um leite creme no tabuleiro do refeitório.
Engravidei da Sofia. Como relatei no post anterior, comecei
a ter algum cuidado com o que comia nesta fase. Pela primeira vez na vida
deixei de fazer exercício a toda a hora. Estava a trabalhar num projeto novo e
estava grávida. Era verdinha, acabadinha de deixar a Faculdade de Motricidade
Humana e tinha zero de experiência. Achava que comer arroz branco sem molho e
carcaças, em vez de bolos, era o suficiente. Cortei em algumas coisas, mas
simplesmente não tinha a noção de como as coisas realmente funcionavam.
Nunca pesei tanto como nesta fase (67kg).
Nunca pesei tanto como nesta fase (67kg).
27 anos
Grávida da Alice. Segundo filho. Quando engravidei pesava exatamente o mesmo
que pesava quando engravidei da Sofia, mas estava mais desperta para as coisas, não engordei tanto. Li imenso durante a gravidez. Comprei todos os livros lançados pela endocronologista
Maria Isabel do Carmo e li-os quase todos seguidos. Comecei a preocupar-me com
aquilo que comia e principalmente com as porções de comida. Foi um “wake-up call”
para mim. No pós-parto mudou tudo.
1 mês e meio de Alice
6 meses de Alice
Grávida da Petra. Terceiro filho. Pela primeira vez engravidei com 52 kg. Tudo aquilo que aprendi, durante a gravidez e pós parto da Alice, quis aprimorar na gravidez da Petra.
Decidi subir o nível e fiz um diário alimentar, do mais completo que existe.
Com datas, horas, pesagens e fotos da comida. Nesta gravidez comecei a ter mais
cuidado, vendo os rótulos daquilo que comprava: açucares, lípidos saturados e proteínas.
Descobri como é que o meu corpo funciona e qual a alimentação que tenho de ter
para ter o corpo que quero.
O dia em que a Petra nasceu
3 meses de Petra
3 meses e meio de Petra
32 anos
Gravidez do Simão. Quarto e último filho.
Mais relaxada, mas sempre com cuidado porque sei que quanto
mais engordas na gravidez mais estragos tens de gerir depois, e isso eu não
queria. Como estive activa profissionalmente até tarde, andei sempre com a
marmita pronta, com pequenos almoços, almoços e lanches, atrás de mim. Não
havia como pisar o risco. Ajudou-me sempre imenso. Pouco ou nada aprendi ou
alterei nesta gravidez. Foi o repetir daquilo que funciona.
Grávida de 6 meses do Simão
Dia em que nasceu o Simão
Hoje :)
Não sou nutricionista, nunca serei. Sou uma entusiasta e curiosa
sobre o assunto. Se há coisa que aconselho a todas as pessoas com quem trabalho
é de irem pelo menos uma vez na vida a uma nutricionista para aprenderem a
comer.
Não vejo rótulos a toda a hora. Já os vi. Já conheço os
produtos que devo comer. Sempre que me aparece algo de novo na prateleira, vou espreitar.
Dou prioridade à comida verdadeira e não processada. Como carnes brancas, mas
não dispenso um bom bife de vaca à pimenta. Adoro tudo o que é petiscos e o
bolinho a seguir ao café, mas sei que não posso comer o que quero e ser
saudável ao mesmo tempo. Não sou, nem nunca fui a favor do corte total de
determinado alimento ou nutriente. As únicas coisas que corto a 100% são
aquelas de que não gosto.
Como bem 70% do tempo. Tenho SEMPRE os meus dias OFF!! ADORO
comer e não abdico das refeições calóricas, gordurosas e apetitosas por nada
deste mundo. Consegui encontrar o equilíbrio que funciona comigo: comer muito
bem durante a semana e extravasar uma ou duas vezes ao fim de semana. Quem me
conhece sabe que passo a semana toda a desejar que chegue o fim de semana para
ir jantar com o pessoal! Sou daquelas pessoas que chega ao restaurante às 13h e
só se levanta às 18h. O convívio, na nossa família, é feito, na maior parte das
vezes, à mesa.
Por curiosidade e por desafio já tentei experimentar um tipo
de alimentação mais sistematizada e organizada (contagem de macronutrientes),
mas não funciona na minha logística familiar e não gosto de todo.
Não há milagres. Se eu deixar de treinar e comer tudo o que
quiser, podem ter a certeza absoluta que engordo. Se eu quiser sou gorda, é
tão simples quanto isso. Esqueçam aqueles post´s de quem come chocolate e croquetes
a toda a hora e não engorda. Ainda estou para perceber o objectivo de tais testemunhos…
Ninguém engorda do ar, ninguém é magro e saudável comendo tudo
o que quer, sem restrições. Não se deixem enganar…! Mas acreditem que não é
preciso ter o gene A ou ser doutorado em medicina para se ter o corpo que se quer!
Dá trabalho? Claro. Mas eu tenho 4 filhos, dois ginásios, dois grupos de treino,
um blog e consigo. Porque não hás-de conseguir tu também??
Beijos,
Beijos,
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